sexta-feira, 6 de setembro de 2019

O império português, o poder absoluto, a sociedade de ordens e a arte no século XVIII

O IMPÉRIO COLONIAL PORTUGUÊS DO SÉC. XVIII


Colónias pertencentes a Portugal

No século XVIII o Império português era constituído por:
Na Ásia: pelas cidades de Damão, Diu e Goa na Índia e ainda por Macau e Timor;
Em África: por Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique
Na América: pelo Brasil


Brasil
Neste período Portugal já não obtinha grandes lucros com o comércio do Oriente (Índia) devido à concorrência com ingleses, franceses e holandeses, por isso interessou-se mais em explorar o Brasil.
O tempo quente e húmido permitiu cultivar grandes quantidades de cana-de-açucar que depois era trabalhada nos engenhos para ser transformada em açucar.
Além do açúcar, o Brasil passou a ser bastante importante por causa da descoberta de ouro e de pedras preciosas.

Bandeirantes: pessoas que foram para o interior do Brasil à procura de ouro, pedras preciosas e  de índios para escravizar. Fundaram cidades e povoações o que permitiu alargar as fronteiras do Brasil para além da linha de Tordesilhas.
Engenhos: conjunto de instalações que moem a cana-de-açúcar e a transformam em açúcar.


Comércio triangular
Neste período desenvolveu-se o comércio entre três continentes: Europa, América e África.


Movimentos da população

Da metrópole (Portugal):
Milhares de colonos partiram para o Brasil em busca de melhores condições de vida;
Missionários também partiram para o Brasil com a missão de expandir a fé católica.

De África:
Milhares de escravos foram levados para o Brasil para trabalhar nas plantações de cana-de-açucar, nos engenhos e na exploração do ouro. Eram transportados em navios negreiros em condições desumanas.

No Brasil:
Os bandeirantes deslocaram-se para o interior do Brasil à procura de ouro, pedras preciosas e de índios para os escravizar;
Os missionários também foram para o interior para evangelizar os índios brasileiros e para os proteger da escravatura.



GOVERNO DE D. JOÃO V

A descoberta de ouro e de pedras preciosas desenvolveu o comércio triangular que trouxe grandes riquezas a Portugal. D. João V tornou-se num dos reis mais ricos da Europa e concentrou em si todos os poderes passando a governar como um rei absoluto.

Monarquia absoluta: regime em que o rei concentra em si todos os poderes.

Poderes do rei:
- Legislativo: fazia as leis
- Executivo: fazia cumprir as leis
- Judicial: julgava quem não cumpria as leis


A vida da corte
Vivia em luxo e ostentação
Realizavam-se bailes, teatros, concertos, banquetes e cortejos para mostrar a sua riqueza


A nobreza
Tentava imitar a corte no vestuário, na habitação e nos divertimentos.


O clero
- Construiu igrejas e conventos e adornou outras
- Tinha um grande poder e criou o Tribunal de Inquisição que perseguia e condenava à morte quem estivesse contra a Igreja Católica, quem praticasse outra religião ou quem fosse suspeito

Cristãos-novos: nome dado a quem aceitava converter-se à religião católica. No entanto, muitos foram perseguidos e condenados à morte por suspeita de praticarem outras religiões em segredo.
Autos-de-fé: cerimónias públicas onde os condenados eram torturados e queimados vivos.


A burguesia
A alta burguesia enriqueceu com o comércio e tentou imitar o modo de vida da nobreza
Estes burgueses conviviam em clubes e cafés com artistas, escritores e políticos


Povo
Continuava a viver em grandes dificuldades



GRANDES CONSTRUÇÕES

Parte das riquezas obtidas com o ouro brasileiro foi gasta na construção de grandes palácios e conventos.

Por iniciativa régia (do rei):
- Aqueduto das Águas Livres
- Palácio e Convento de Mafra
- Capela de S. Batista

Por iniciativa da nobreza:
- Solar de Mateus
- Palácio dos Condes de Anadia
- Palácio do Freixo

Por iniciativa do clero:
- Torre dos Clérigos


Estilo Barroco
O estilo que caracterizava estas construções era o Barroco.

Características do estilo barroco:
- Grandiosidade
- Revestimento em talha dourada, azulejo e mármore
- Decoração abundante com curvas
- Abundância de estátuas



LISBOA POMBALINA


Governo de D. José I
Em 1750, D. José I sobe ao trono e nomeia Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, como ministro.

 
Terramoto de 1755

- Lisboa ficou praticamente destruída após o terramoto de 1755:
- Morreram cerca de 10 000 pessoas
- Grande maior parte dos edificios ficaram em ruínas
- Perderam-se muitos tesouros como livros, manuscritos, quadros e objetos de ouro e de prata


Ação do Marquês de Pombal após o terramoto
- Mandou enterrar os mortos e socorrer os feridos
- Mandou policiar as ruas e os edifícios mais importantes para evitar roubos
- Encarregou o engenheiro Manuel da Maia e o arquiteto Eugénio dos Santos elaborar um plano de reconstrução da baixa de Lisboa


Características da nova Lisboa
A baixa de Lisboa é conhecida por baixa pombalina porque o responsável pela sua reconstrução após o terramoto foi o Marquês de Pombal. Esta reconstrução caracterizou-se por várias inovações:
- Ruas largas
- Passeios calcetados
- Traçado geométrico
- Prédios da mesma altura com fachadas iguais e dotados de um sistema de madeira anti-sísmico
- Rede de esgotos

O Terreiro do Paço deu lugar à Praça do Comércio em homenagem aos burgueses que contribuíram com dinheiro para a reconstrução de Lisboa.
 


Situação de Portugal neste período
- O reino português encontrava-se em crise:
- O comércio enfrentou uma grande concorrência estrangeira que impediu o seu crescimento
- A agricultura e a indústria não produziam o suficiente, portanto Portugal tinha que comprar quase tudo ao estrangeiro
- Chegava cada vez menos ouro do Brasil, por isso deixou de haver dinheiro para importar tantos produtos
- O terramoto de 1755 veio agravar ainda mais a situação do país


Reformas pombalinas

Para resolver a grave situação que enfrentava Portugal, Marquês de Pombal decidiu fazer várias reformas:

- Reformas económicas:
- Desenvolveu a indústria apoiando fábricas antigas e criando novas
- Criou companhias de comércio
- Reformas políticas e sociais
- Perseguiu e retirou poder à Nobreza (retirou cargos e riquezas e reprimiu quem se lhe opusesse)
- Diminuiu o poder do Clero, expulsando os Jesuítas
- Protegeu a Burguesia
- Extinguiu a escravatura no reino (embora continuasse a existir nas colónias portuguesas)
- Reformas no ensino
- Criou escolas primárias
- Reformou a Universidade de Coimbra
- Extinguiu a Universidade de Évora que era controlada pelos Jesuítas

Marquês de Pombal utilizou a Burguesia como motor de desenvolvimento económico do país, e retirou poder às classes privilegiadas, ou seja, ao Clero e à Nobreza.

Todas estas medidas, a nível social, político, económico e do ensino, contribuíram para a modernização do país.
 










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